Sunday, December 05, 2004

Determinismo das Verdades

Assim como para Hegel e Marx não era coerente falar de “uma liberdade absoluta nem em uma negação absoluta da liberdade”, não há como se pensar em uma verdade absoluta nem em uma negação absoluta da verdade.
No decorrer da história, modificaram-se as concepções de moral e assim mudaram também as definições do que é verdadeiro e do que é falso: “a verdade teocentrica da Idade Média não é a realidade antropocêntrica contemporânea”.
Seria superficial tratar da questão “verdade versus mentira” vinculando-a apenas a um contexto individual e subjetivo, embora analisa-la desta forma também seja uma necessidade. Afinal, as verdades e as mentiras estão intimamente ligadas à formação do caráter familiar, à moral, à história e ao contexto econômico e social de uma época.
Sendo assim, torna-se possível afirmar que as idéias infundidas nas pessoas como verdades incondicionais, a manipulação das informações, ocorre não somente por conveniências peculiares, mas também pela força persuasiva opressora sobre os oprimidos: por que se aceitou durante tanto tempo a opressão feudal da sociedade estamental sobre a burguesia? Teria sido apenas pela conveniência nobre e clerical ou também pelo não questionamento da burguesia sobre suas necessidades?
Ao final da Revolução Francesa, com toda influencia Iluminista que recebeu, pudemos observar que a modificação do pensamento moral, político e social trouxe à luz da sociedade contemporânea, novas definições sobre verdades e mentiras: a lei deve passar a ser a expressão da vontade geral, a livre comunicação de pensamento e a opinião passam a ser um direito do homem dando livre acesso às verdades individuais; o poder monárquico e papal já não deveriam representar a verdade e realidade da burguesia francesa. Assim funciona também em nosso cotidiano. As necessidades criam novas verdades.
Pode-se dizer da forma determinista de Taine que não somente o homem, mas as verdades são produtos do meio, da raça e do momento. As omissões e as “inverdades” cometidas diariamente por mais banais que pareçam, estarão sempre unidas a um contexto histórico e a uma formação ética, não podendo jamais serem consideradas apenas questão de conveniência.
Lembra desse Helô?

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