Saturday, August 01, 2009

Madras

Que venham as gentes e passem as coisas, porque coisas e gentes foram feitas para passar... e nós passamos. E nós sorrimos, e nós cantamos, e nós sentimos, e nos abraçamos.
Na vida permanece a poesia e a beleza que são próprias a cada um. Nela transformamos as relações por perspectivas estilisticas e pessoais, por meio de veios recessivos, e vamos criando novas realidades, novas personalidades, semeando novos sentimentos.
Na Madras, pude tornar mais sólidos os alicerces da minha construção profissional, espiritual e emocional... que certamente carregará em sua arquitetura o melhor de cada um que participou dessa breve passagem.
Infelizmente, é mais fácil se desfazer de um amigo que o obter. Vamos nos aderindo uns aos outros, num pacto de necessidade e esquecimento, como testemunhas de momentos que não regressarão.
Muitos marcam o dia, o mês, o ano de instantes felizes. Outros anotam nomes e telefones, na primeira página de cadernos e livros. Como livros de bibliotecas públicas, sairei com o carimbo dessa convivência e a marca de tantas interpretações e leituras. Acontece que, no fim, o tamanho da biblioteca não importa. Nós, leitores, espionamos a biblioteca dos amigos, nem que seja só por distração. Às vezes para descobrir o livro que queríamos ler e não temos, outras para saber se ele cabe em nossa estante... Chega o momento em que os volumes, tantos volumes, cruzam uma fronteira invisível, e vão se impondo às nossas lembranças e aos nossos sentimentos por seus números, seus enredos... Alguns dos meus colegas de trabalho me premearam com grandes romances. Outros com versos breves. Outros ainda permaneceram como os livros instigantes das vitrines... É preciso não arruinar a edição valiosa que se tornou a lembrança desses dias, ao lado de pessoas como a Aline, a Bianca, o Danilo e o Rodrigo. Embora muitas vezes palavras tenham permanecido à margem e tenha faltado alguma elegância e revisão, confesso-lhes que é estranho refletir sobre a saudade... Um leitor é um viajante a passar por uma paisagem construída. E a paisagem pode ser infinita. Sempre haverá o vento, o galho, a pedra, e a nostalgia pelo vento, pelo galho e pela pedra. Foi feliz poder percorrer, em poucas horas diárias, momentos que agora são capazes de transcender o tempo, porque uma vida inteira não é suficiente para percorrer tantas paisagens maravilhosas, de leituras e amizades como vocês....

Muito obrigada por tudo: os almoços, as conversas, as risadas, as histórias, a torcida...

2 Comments:

Blogger dan said...

E assim breves momentos se tornam eternos. E continuamos caminhando pela vida, levando conosco todas essas marcas, boas marcas, que pessoas como você nos deixam no nosso coração! E Pode ter certeza que sempre vou torcer por ti... Pra que você conquiste tudo que Deseja!!! te adoro... um beijão. Dan

August 1, 2009 at 3:51 PM  
Blogger aline naomi said...

Buááááá...

... nem sei o que dizer, Ba! Já estou sentindo saudades... é tão estranho pensar que segunda sua mesa estará vazia!

Mas que bom que você esteve conosco, ainda que a passagem tenha sido breve.

Te desejo tudo de melhor, sempre, você merece tudo, tudo!!

Te adoro, te adoramos!

Buáááá!! :-...

Beeijos!!

August 1, 2009 at 5:08 PM  

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