Sunday, July 03, 2005

O Agricultor

A meia claridade adentrava o salão escuro e contente. Era uma festa muito feliz. As vozes juntas formavam um coro para além do canto gregoriano... E sobre o palco imaginário um menino segurava um violão. Na minha insignificância eu o observava. Talvez ele jamais tenha notado que há meses o observo.
Ele é um jovem artista, com a seriedade de pessoas comuns; entretando, é errôneo percebe-lo como caminhante ordinário: está distante da mediocridade. E no seu silêncio, quase de um sujeito religioso, permaneço perplexa na vã tentativa de decifra-lo. Mas ele fala o silêncio. E o silêncio dele é lindo, aponta-nos respostas todo instante.
Um agricultor: a melodia, por ele cultivada, semeia emoções... E na primavera que esperamos, por certo, nascerão novas almas. Ele as planta, e ele as colhe.
Sou uma dessas novas almas. Não é que eu o ame. Eu o admiro. Sentada (talvez muito abaixo do palco imaginário)percebo toda a minha pequenez sob o sublime.

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