Saturday, February 19, 2005

Temor

O que será
Quando partires imprevisto
Sem notares o choro contido
O que será
Quando a dor invadir nosso abrigo,
E minha morada não for o teu corpo
O que será
Quando não puder presumir teu olhar
Sem a voz, indecorosa, a sussurrar
[em mim].
O que será
Quando esqueceres o que prometestes
[em silêncio]
E teus beijos não alcançarem os meus seios
O que será
Quando as mãos não se segurarem na escuridão
Sem pernas entrelaçadas entre os lençóis
O que será
Quando as palavras forem insurgentes
E disserem o que eu não suportaria
O que será
Quando as flores, usurpadas, murcharem,
Sem o calor e a luz das tuas meninas.
O que será
Quando não me amares mais,
E o meu canto prosseguir sozinho...

2 Comments:

Blogger celialu said...

Obrigada por passear no meu blog... De passeio pelo seu, devo dizer que eu também temo esse dia em que essas coisas todas não mais acontecerem!!

February 20, 2005 at 5:30 AM  
Blogger Paulo C. said...

refletindo acerca do medo... percebo que certos loucos não têm medo, e sim cólera. certos loucos como o eu que penso agora. louco destemido? imbecil?... louca estima por si, que se esvai se fortalecendo, no melhor dos paradoxos. Quixotescamente refletindo acerca do medo, esse indesejável desconhecido.

- obrigado pela visita

February 21, 2005 at 4:38 AM  

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