Tuesday, January 25, 2005

Eis o que há em mim

Há apenas um mar de tristeza,
Há uma brisa tênue e fastidiosa,
Há um vácuo sagaz que importuna-me,
Há uma voz silenciosa...
Eis o que há em mim.

Há um odor peculiar,
Há uma lembrança usurpada,
Há uma vida errante,
Uma sobrevivência mentirosa...
Eis o que há em mim.

Há uma solidão embriagada,
Há um olhar que a morte oculta,
Há palavras e opróbrios,
Um arrepio sombrio...
Eis o que há em mim.

Há uma orgia de receios,
Há um sorriso irascível,
Há um sentido patético,
Um pensamento lendário...
Eis o que há em mim.

Há uma euforia que argumenta,
Há uma alegria inexistente,
Há um olhar que a piedade clama,
Uma mágoa transgredida pela dor...
Eis o que há em mim.

Há um cansaço do ócio,
Há filosofias inúteis,
Há uma busca monótona,
O desprezo que sinto...
Eis o que há em mim.

Há um medo delinquente,
Há um prazer sarcástico,
Há uma pratica infeliz,
O desejo não saciado...
Eis o que há em mim.

Há uma propensão ao pecado,
Há o tempo que carrega o fardo,
Há uma verossímil ilusão.
Eis o que há em mim:
O amor que causa enfado.
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" (...) São tantas marcas que já fazem parte do que eu sou agora, mas ainda sei me virar..."
resta-me aprender a fazer isso sozinha...
Dias de grande ausência se aproximam. Não me enganarei. Não mais.

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