Sunday, January 09, 2005

Livros, livros, livros...

A obra em recomendação, hoje, é "As cidades invisíveis" de Italo Calvino.
Um romance em que a ficção se alimenta da imaginação do leitor.
Nos proporciona uma reflexão não superficial de nossa identidade no mundo.
Marco Polo precisa descrever para o conquistador Kublai Khan pormenores de seu intinerário.
"Jamais se deve confundir uma cidade com o discurso que a descreve"- afirma o personagem.
Porém, nos confundimos, todos, nessa leitura admiravel, e nos perdemos entre as cidades e a capacidade extraordinaria de descrição, do autor. Adentramos um mundo fantástico, e degustamos os diálogos tenros, que poderiam, sem dúvida, tornar-se o pontapé inicial de inúmeras discussões filosóficas e literárias.
As cidades imaginárias têm nomes de mulheres. "Pólis" em desconhecimento de sua história.
Enfim, é um livro que nos estimula: uma poesia inteira feita prosa.
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--- mudando de assunto---

Medo. Saio devagar, imperceptível. A luz está acesa em toda parte, mas a Sombra, perfeita, é sobreposta em meus olhos, e cega o que eu já não podia ver.
E se o mundo caminha para o caos? E se fossemos, nós mesmos, a balbúrdia?
Era um sonho? Trocado?
Todas as palavras me invadiam, e ainda assim eu era vazia. Um ramalhete de flores desbotadas, e em um único beijo, tudo desbotara: a vida, a rua, e o sol.
Nossos dias: filme. Vão girando, girando, girando.
Julgo-me amada, danço ao som dos bandolins, dos violões, e também das flautas: doces.
De repente, sou todas as outras de sua vida.

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