O cara certo
Quando pequena, acreditava que príncipes encantados existissem.
Talvez essa noção fosse fruto do que ensinam os contos de fada, as mães e os filmes... Ainda que eu não more aprisionada em uma torre, fisicamente, pensava que a felicidade chegaria por meio de alguém que me libertasse dessa mesmice que a vida parece às vezes.
Conforme o tempo vai passando, a gente descobre que há muitas pessoas legais no mundo. E, de repente, surge uma que adora vídeo-games e não lê Machado de Assis, mas mesmo assim é legal. Quando lhe convidou para ir ao cinema pela primeira vez, no lugar de uma comédia romântica, assistiram a um tosco terror. Mesmo assim, saíram no fim de semana seguinte.
Enquanto você está preocupada com o futuro das crianças que não têm acesso à escola, ele está pensando em precificação de ativos e, mesmo assim, você o acha inteligente.
Você adora turma da Mônica, e ele adora mangá... mas continua sendo interessante.
Você sugere um jantar à luz de velas, e ele o pior bar de rock da cidade, mas ele, do mesmo modo, continua "fofinho".
Daí a gente se pergunta se faz sentido esperar pela "alma gêmea" ou se o melhor da vida está nas diferenças do que não é gêmeo ou sequer parecido. Vai ver eu não estava certa sobre a pessoa ideal ou o príncipe encantado, porque todos nós - humanos - temos um pouco de anfíbio no âmago, algo que passa longe da nobreza de alma... Mas eu estava certa sobre a felicidade que vem e nos liberta da mesmice. Que nos faz achar a noite divertida, mesmo quando se atravessa a cidade e não se consegue comprar o ingresso desejado... Que nos faz achar a cama o melhor lugar do mundo e o seu namorado o cara mais bonito e engraçado (mesmo que ele ria de você não conseguir tirar o carro do lugar).
A vida é cheia de surpresas agradáveis...
Talvez essa noção fosse fruto do que ensinam os contos de fada, as mães e os filmes... Ainda que eu não more aprisionada em uma torre, fisicamente, pensava que a felicidade chegaria por meio de alguém que me libertasse dessa mesmice que a vida parece às vezes.
Conforme o tempo vai passando, a gente descobre que há muitas pessoas legais no mundo. E, de repente, surge uma que adora vídeo-games e não lê Machado de Assis, mas mesmo assim é legal. Quando lhe convidou para ir ao cinema pela primeira vez, no lugar de uma comédia romântica, assistiram a um tosco terror. Mesmo assim, saíram no fim de semana seguinte.
Enquanto você está preocupada com o futuro das crianças que não têm acesso à escola, ele está pensando em precificação de ativos e, mesmo assim, você o acha inteligente.
Você adora turma da Mônica, e ele adora mangá... mas continua sendo interessante.
Você sugere um jantar à luz de velas, e ele o pior bar de rock da cidade, mas ele, do mesmo modo, continua "fofinho".
Daí a gente se pergunta se faz sentido esperar pela "alma gêmea" ou se o melhor da vida está nas diferenças do que não é gêmeo ou sequer parecido. Vai ver eu não estava certa sobre a pessoa ideal ou o príncipe encantado, porque todos nós - humanos - temos um pouco de anfíbio no âmago, algo que passa longe da nobreza de alma... Mas eu estava certa sobre a felicidade que vem e nos liberta da mesmice. Que nos faz achar a noite divertida, mesmo quando se atravessa a cidade e não se consegue comprar o ingresso desejado... Que nos faz achar a cama o melhor lugar do mundo e o seu namorado o cara mais bonito e engraçado (mesmo que ele ria de você não conseguir tirar o carro do lugar).
A vida é cheia de surpresas agradáveis...